
Viajar ao espaço deixou de ser exclusividade de astronautas governamentais e agora abre uma porta — até para brasileiros. A SERA Space, em parceria com a Blue Origin, lançou um desafio online que promete selecionar alguém para subir em uma missão suborbital da cápsula New Shepard. Apesar de durar apenas alguns minutos, esse voo marca um simbolismo grande: um brasileiro entre as primeiras gerações de “turistas espaciais”. Além da aventura, ele levanta questões sobre educação, tecnologia, igualdade de acesso e os rumos da indústria espacial.
Segundo divulgação recente, os brasileiros poderão participar de uma plataforma onde realizarão tarefas, formar comunidades e acumular “pontos digitais” chamados SpaceDust — pontos que ajudam na classificação para a próxima etapa. O concurso reserva ao menos uma vaga para o Brasil, dentro de uma missão global da Blue Origin. A missão em questão é um voo suborbital que ultrapassa a linha de Kármán (~100 km de altitude), proporcionando alguns minutos em microgravidade e vista da Terra — tal voo típico da New Shepard dura cerca de 10 a 12 minutos do lançamento até a aterrisagem.
Primeiro, o Brasil nunca teve um voo comercial de turismo espacial de alguém comum — só o Marcos Pontes em 2006 via “Missão Centenário” com a Soyuz. Esse concurso abre porta simbólica para a participação brasileira em uma nova era da exploração espacial comercial. Segundo, atenção para o impacto educacional e industrial: o processo pode inspirar jovens a seguir carreiras em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e fortalecer o ecossistema espacial nacional, cada vez mais ativo. Além disso, em termos de visibilidade internacional e imagem, isso coloca o país em destaque dentro do setor privado espacial.
O que está em jogo
Embora a ideia de “escolher quem vai ao espaço” possa parecer mais espetáculo do que ciência, há pontos concretos a considerar:
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Custo elevado: embora o participante não pague diretamente (ou pelo menos essa seja a promessa), o voo é caro, e há custo operacional, seguro, treinamento etc.
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Seletividade: acumular pontos virtuais não garante nada — haverá etapas de triagem médica, de aptidão, de segurança.
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Impacto limitado: o voo dura pouco, e embora seja simbólico, não se trata de missão científica extensa — é turismo espacial.
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Relevância real: além da experiência, será importante observar se esse tipo de iniciativa gera benefícios concretos para o Brasil (transferência de tecnologia, fusão com programas educacionais, parcerias industriais).
Para o leitor da Jornada Curiosa, esse concurso não é apenas “mais uma chance de voar” — é um espelho de como a exploração espacial está se democratizando (embora ainda seletiva), de como o Brasil está se movendo no cenário global da nova economia espacial, e de como a curiosidade humana (subir ao espaço, ver a Terra de fora) encontra um eco real no presente. Se você quer participar, compreender ou doar acompanhamento a essa história, fique ligado: o vencedor pode se tornar parte de um capítulo novo da aventura humana no cosmos — e o Brasil pode finalmente ganhar outro “pé de astronauta” no espaço comercial.
Nos próximos meses, acompanhe os critérios, as inscrições, os obstáculos e o que essa iniciativa nos revela sobre os limites entre sonho e realidade.



